quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O SERMÃO SOBRE A INJÚRIA


E o Bem-Aventurado observou os costumes da sociedade e notou quanta miséria decorre da malícia e de estúpidas ofensas feitas somente para satisfazer a vontade e o amor-próprio.
Buda disse: “Se um homem insensatamente me faz mal, eu lhe pagarei com a proteção de meu desinteressado amor; quanto mais mal vem dele, mais bondade sairá de mim; a fragrância do bem sempre vem para mim e o ar nocivo do mal vai para ele”.
Certo homem insensato, sabendo que o Buda seguia o princípio de amor que recomenda revidar o mal com o bem, começou a insultá-lo. Buda permaneceu em silêncio, lamentando sua insensatez.
Quando o homem terminou de insultá-lo, Buda chamou-o, dizendo-lhe: “Filho, se um homem declina de aceitar a dádiva que lhe é feita, a quem esta pertencerá?” E ele respondeu: “Neste caso, a dádiva pertencerá ao ofertante”.
“Meu filho”, disse Buda,
“tu me injuriaste, mas eu declino de aceitar teus insultos, rogo-te que os guardes tu mesmo. Não te será isso uma fonte de desgosto? Como o eco pertence ao som e a sombra à substância, assim o mal recairá sem falta sobre o doador do mal”.
O insultante não respondeu, e Buda continuou:
“O homem perverso que censura o virtuoso é como aquele que olha o alto e escarra para o céu; o escarro não mancha o céu, mas recai e suja a sua própria pessoa”.
“O caluniador é como aquele que arremessa pó sobre outro quando o vento sopra contrário; o pó recai sobre quem o lançou. O homem virtuoso não pode ser atingido e o mal que o outro pretendia infligir-lhe volta-se contra ele”.
(Buda)

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